Pontes e Conexões

Liderança Intergeracional Uma realidade. Estamos preparados?

Notícias

Eliane Kreisler

Consultora de Gestão e Carreiras 50+/Projetos para empresas em Diversidade etária e Educação para Longevidade.

Estamos vivendo tempos com profundas transformações, quer por um modo de trabalhar diferente, com equipes remotas e em home office, quer quando nos deparamos com uma realidade cada vez mais evidente, o trabalho com equipes intergeracionais.

Uma história para começarmos a refletir e entender sobre sobre o tema:

Uma empresa passou mais de 10 anos sem contratar ninguém . Depois de 10 anos, recomeçou as contratações e muitos jovens foram chamados, entraram com a imagem de “sangues novos poderosos”. Os mais experientes que estavam no mínimo há mais de 10 anos na empresa , eram muito experientes e o sentido de pertencimento os faziam se sentirem ameaçados . Como a empresa lidou com estes fragmentos ?

Promoveu curso de ambientação para os novos, mas os antigos não foram chamados . E os líderes também não foram preparados para gerir equipes multigeracionais que se apresentavam a partir daquele momento.

Os resultados negativos foram percebidos nas pesquisas de Ambiência Organizacional.

E é aí que começamos a falar sobre preparo de líderes com equipes multigeracionais.

“Um líder, em primeiro lugar, é humano. Só quando temos força para mostrar nossa vulnerabilidade podemos realmente liderar.” – Simon Sinek

Liderar é Motivar , inspirar e influenciar para que a pessoa cresça e a equipe também .

O Líder deve ter objetivos claros, unidade, compromisso e habilidades para alcançar esses objetivos com uma interação interpessoal com as equipes.

Um líder é aquele que demonstra positividade, confiabilidade e exemplo. Tem a capacidade de comunicar a visão ajudando pessoas e equipes .

Todo líder deve praticar os 4 pilares :

·     Doar-se – Se descobrir no exercício do autoconhecimento

·     Escuta ativa- Entender o que outro quer , sua necessidade, o que está por traz da fala . Qual é o pedido interno?

·     Empatia – Se colocar no lugar do outro sem ser o outro, sem tomar o lugar dele , passa por entender , acolher .

·     Resiliência – Capacidade em lidar com adversidades, superar pressões, obstáculos e problemas ,adaptando e reagindo de forma positiva.

Quando falamos em liderança , temos : líder criativo , colaborativo , humanizado, e o líder Intergeracional.

Nesse sentido, classificar e pré-julgar os funcionários de acordo com as categorias “jovem”, “meia-idade” e “velho” é insensato. Segundo a escritora Ashton Applewhite, 62 anos, num TED Talk , em 2017, chamado “Vamos acabar com o etarismo”.

     “Nós tendemos a pensar que todos habitam um lar de idosos como a mesma idade. Quando, na verdade, estas idades podem variar por quatro décadas… é possível imaginar um grupo uniforme de pessoas com idades entre 20 e 60 anos?”

Conforme estudo realizado pelo Australian Human Resource Institute, em 2018, apenas 8% dos entrevistados disseram que seus gestores recebem treinamento para gerenciar equipes com várias gerações. O estudo constatou também que 30% dos empregadores australianos relutam em recrutar trabalhadores acima de uma certa idade – e, para 68% desses empregadores, essa “certa idade” é de 50 anos.

Quando falamos em diversidade etária é muito importante compreendermos o processo empático. Nesta situação hoje os jovens deveriam pensar “amanhã estarei com a idade dos mais velhos” e os mais maduros deveriam refletir que “já vivenciaram a idade dos jovens” e com processo prático fazer esta aproximação que é a de colocar o futuro e o passado na aproximação do presente.

Não existe fragmentação de gerações quando através da intergeracionalidade , potencializamos aquilo que cada um tem de melhor , numa sincronicidade que traz como resultado um excelente concerto , onde não importa se foi o piano , o violino ou a flauta que chegou primeiro . Todos juntos ecoam o mesmo sentimento de encantar a todos.

Precisamos quebrar esses preconceitos e o papel da empresa é trabalhar com este paradigma.

Preparar líderes para que possam ter a compreensão Intergeracional é fundamental . O líder Intergeracional precisa saber lidar e promover a colaboração entre pessoas de diferentes gerações. Deve conhecer as gerações da empresa: Baby boomers, X, Y, mileniuns , incentivando uma dimensão Intergeracional na sua gestão. Identificar a relação de cada geração com o trabalho, favorece a colaboração e as sinergias intergeracionais, como a cooperação, o compromisso e a interação de todos..

O papel e as ações da área de Gestão de Pessoas é importante para a mudança de cultura na empresa, preparando os gestores e a empresa para que as diferentes gerações possam trabalhar em equipes multigeracionais.

Os líderes Intergeracionais precisam:

·      Compreender as diferentes gerações na empresa: seus valores, sua história e a interface entre elas

·      Entender a relação das diferentes gerações com o trabalho.

·      Promover o encontro destas gerações na empresa, despertando reflexões: sobre as dificuldades encontradas, desafios, suas contribuições e a troca de experiências . 

É importante que equipes multigeracionais tenham o passado e o futuro num único movimento para o presente. Encontraremos o melhor caminho juntos.

 “Qual é a sua opinião sobre equipes intergeracionais. Você vê isso crescendo?

O empreendedorismo intergeracional está em ascensão. Os empreendedores mais velhos têm sabedoria, iniciativa, habilidades e experiência e os jovens aspirantes a empreendedores entendem a tecnologia, que é uma grande parte dos negócios hoje. Algumas startups, estão trabalhando entre gerações numa mesma equipe e os resultados são muito bons.

A diferença de habilidades digitais entre gerações existe, mas a capacidade de aprendizagem do ser humano é infinita e ilimitada. A aceleração tecnológica, não pode estar atrelada apenas à idade cronológica, mas a capacidade de aprendizagem e atualização nas constantes evoluções de todos os profissionais. E um ambiente multigeracional pode gerar grandes processos de inovação.

As empresas estão começando a lidar com esta questão e cresce o número de empresas que percebem o ganho no ambiente de trabalho e nos resultados dos seus negócios.

O grupo de profissionais produtivos acima dos 60 anos cresce mais de 7% ao ano. E o gestor deve estar focado nessa mudança, no perfil de suas equipes e usá-la como oportunidade.

A empresa e os líderes devem entender que muitos profissionais vão entrar nas empresas com níveis diferentes de conhecimento em novas tecnologias e não por serem mais jovens ou mais velhos. Segundo Erin Richeson, diretora associada global de Diversidade e Inclusão da Kimberly-Clark:

 “A velocidade da mudanças tecnológicas podem trazer diferenças de habilidades entre equipes, e não está vinculada a idade”,

Como sua empresa está preparando esses líderes?

Gostou do tema? Vamos Conversar?

Tags :
Compartilhar: